Médico Renato Menezes e seu Waldir Viana os consertadores de ossos de Parintins

Espero otimista dessas grandes personalidades Waldir Martins Viana e o médico Renato Menezes, nunca caia no esquecimento na memória da população de Parintins e que sejam lembrados a incentivar outros profissionais sobre a importância de ajudar o próximo

Médico Renato Menezes e seu Waldir Viana os consertadores de ossos de Parintins Fotomontagem Hudson Lima Notícia do dia 15/06/2020

No meio da luta contra a pandemia do COVID-19 perdemos vários heróis de branco, que atuam nos Hospitais, Unidades de Saúde e Hospitais de Campanha mundo a fora. Na cidade de Parintins não foi diferente. Infelizmente o Coronavírus levou a óbito dois grandes médicos; o médico clínico geral  Rodolfo Walter Garcia Arizmendi, de 73 anos, no começo do mês de maio  e o médico ortopedista e traumatologista Renato Menezes, 69 anos, agora em junho.

Renato faleceu dia 06 de junho em São Paulo e no dia 12 chegou à cidade de Parintins os restos mortais, depois da cremação. Emoção de todos que acompanharam. (assista vídeo da página do site Parintins Press e Imagem de Melk Guerreiro no fim da nota).

O desejo do médico Renato foi cumprido. De ser enterrado na cidade que escolheu para cuidar do povo. Tratou quanto pode desde década de 2000. Junto com a esposa professora Maria José, doutor Renato trouxe filhos, netos, genros e noras. Era um apaixonado pela nossa cidade. Doutor Renato Menezes era o maior cuidador de “ossos” da região. Aliás, atendia até a distante cidade de São Gabriel da Cachoeira.

Médico Renato Menezes e seu Waldir Viana os consertadores de ossos de Parintins

A cidade de Parintins entre 1940 até a década de 90, o único cuidador de “ossos” era o seu Waldir Martins Viana. Parintinense que nasceu em 27 de fevereiro de 1910 e faleceu em junho de 2005, quando já tinha 95 anos.

Num rápido paralelo entre seu Waldir Viana e o médico Renato Menezes é fácil destacar a vocação dos dois de “amor ao próximo”. De forma bem coloquial agora de saudosa memoria afirmarmos que ambos marcam a história de nossa Parintins como os maiores “cuidadores de ossos ou puxadores de desmentiduras”. Cada qual a seu tempo.

Seu Waldir começou a tratar das pessoas, quando já era casado com dona Sílvia Barbosa em 1929. Segundo a professora Fátima Guedes desde adolescente seu Waldir Viana tinha desejo de ser ortopedista. Mas na época como conseguir financiar tal estudo que não era prioridade das famílias. (Acesse artigo da professora Fátima Guedes aqui)

Osso quebrado de queda de árvore, queda de cavalo, espinha entalada na garganta, desmetidura no pé, pá, ferrada de cobra, ferroada de arraial, ataque de abelha. Benzer e a Fé eram implementos do seu Waldir Viana.

Doutor Renato já com quase 70 anos, deixou a cidade de Vitória no Estado do Espirito Santo e trouxe todas as técnicas possíveis que aprendeu na Universidade até seus pacientes. E na medida do possível conseguia adquirir com recursos próprio mais equipamentos.

Enfim Renato e Waldir atendiam pretos, brancos, índios, caboclos, pardos, mulatos, pobres e ricos. E não pensem que esses dois consertadores de ossos, não ficavam bravos não. Tinham momentos que era ranzinzas e birrentos. Ralhavam quando o paciente era mais de uma vez reincidente. Mas era um ralho paternal. De quem queria o bem ao filho ou filha.

Um perfil entre seu Waldir Viana e o médico Renato era colocar os ossos no lugar, e quando não tinha como aplicar anestesia, era necessário sem exame e sem aviso prévio. Somente no “olhômetro”. Seu Waldir e Médico Renato contava boas e quando o paciente relaxa executavam a técnica de consertar o osso. Ambos em cada tempo e com técnicas diferenciadas, faziam o bem. Ambos também adoravam o interior.

Seu Waldir devoto de São Benedito 

Seu Waldir tinha o conforto do terreno Redenção, situada na Comunidade Parananema. Na qual aliás seu Waldir construiu uma Capela de São Benedito. Adorava criar animais de várias espécies e quando estava no interior e era chamado não titubeava e vinha tratar quem precisava. No Festival de Parintins, Caprichoso e Garantido já fizeram várias homenagens seja com toadas e módulos alegóricos. Deixou vários seguidores que hoje fazem a prática de cuidar e tratar das pessoas. 

Médico Renato fincou residência na Comunidade do Murituba, no interior da Vila Amazônia. No local mantém com a espoa a criação de galinhas caipiras e outros animais. Renato não chegou a construir uma Igreja, apesar da devoção a Nossa Senhora. Mas fez a doação de uma área de terra para que o Poder Público possa construir a Fazenda Esperança. Local a abrigar pessoas viciadas em droga e que desejam mudar de vida, através de tratamento adequado. Quem sabe o projeto sai. Quando estava no interior, pessoas chegavam de voadeira, de rabeta, de canoa ou pela estrada em busca de auxílio. O médico deixava o conforto e até em dias de folga do Hospital Padre Colombo, deslocava-se até a sede de Parintins para ajudar o próximo.

Espero otimista dessas grandes personalidades Waldir Martins Viana e o médico Renato Menezes, nunca caia no esquecimento na memória  da população de Parintins e que sejam lembrados a incentivar outros profissionais sobre a importância de ajudar o próximo.  Tenho a certeza, o legado maior desses dois “grandes homens de luz” foi justamente a solidariedade.

 

Texto: Hudson Lima Koiote

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Fotos: Arquivos pessoal e redes sociais