Caprichoso celebra as raizes amazônicas na abertura do Festival de Parintins 2024

Foi uma noite em que o passado e o presente se encontraram, celebrando a alma de um povo que triunfa através de sua cultura e história.

Caprichoso celebra as raizes amazônicas na abertura do Festival de Parintins 2024 Fotos: Pedro Coelho, Alexandre Vieira, Michel Amazonas e Arleison Cruz Notícia do dia 29/06/2024

Na noite de sexta-feira, 28 de junho, o Boi-Bumbá Caprichoso protagonizou uma celebração emocionante da herança cultural da Amazônia brasileira. A abertura, intitulada "Raízes: o entrelaçar de gentes e lutas", trouxe a sinergia entre negros, indígenas, ribeirinhos e mestres da cultura popular, promovendo uma noite de orgulho e reverência às tradições ancestrais.

 

O espetáculo teve início com a entrada do apresentador Edmundo Oran, que conduziu a arena ao lado do Boi Caprichoso, do levantador de toadas Patrick Araújo e de personagens representativos da cultura local, acompanhados pelo ballet azul e branco. A energia contagiante da galera criou um ambiente de pura magia e expectativa na arena do Bumbódromo.

 

Um dos momentos foi a entrada do Amo do Boi, Prince do Caprichoso. Acompanhado por seu séquito nordestino, que representava o auto do boi e um sanfoneiro, ele iniciou os bailados tradicionais que encheram a arena de cor e ritmo.

 

A apresentação da Lenda Amazônica "Dona da Noite", do artista Roberto Reis, foi um dos pontos altos da noite. A projeção de luzes de estrelas nas arquibancadas criou um cenário de luzes mapeadas , inovação no Festival. Nesse momento, a Cunhã-Poranga Marciele Albuquerque surgiu, evoluindo, transformando em uma serpente.

 

 

A "Celebração Indígena Djuena" também cativou o público. A presença do pajé Erick Beltrão junto a módulos representando mulheres aves. Quando o pajé emergiu do módulo tambor, iniciando uma coreografia emocionante, a arena foi tomada por uma onda de energia contagiante.

 

"O Tambor da Terra" destacou a coreografia dos povos indígenas e contou com a participação de lideranças indígenas. A transformação da alegoria para a chegada das tuxauas e a toada "Dança das Morubixabas" continuaram a encantar o público. 

 

A trilha "Viva a Cultura Popular", executada por Patrick Araújo, trouxe o Boi Caprichoso e os corpos artísticos para um espetáculo de pura perfeição.

 

Outro momento inesquecível foi a aparição da Porta-Estandarte, Marcela Marialva, no módulo aéreo. Sua performance foi seguida por uma exaltação cultural dos mestres e mestras da cultura, em uma alegoria criada pelos artistas Preto e Paulo Pimentel, destacando a diversidade da cultura amazônica.

 

A evolução do Boi Caprichoso ao som da toada "Málúu Dúdú", seguida pela chegada da Sinhazinha da Fazenda, Valentina Cid, trouxe projeções de luzes, enquanto a vaqueirada evoluía com o Boi Caprichoso. 

 

 

A arena vibrou com a performance de Edmundo Oran e de Angela Mendes, filha de Chico Mendes, durante a trilha "Bicho Folharal", com a participação do balé aéreo e a descida da Rainha do Folclore, Cleise Simas.

 

O grandioso encerramento contou com a presença do líder Yanomami Davi Kopenawa na arena. A alegoria de Motokhari, para o Ritual Indígena, foi uma obra, criada por Algles Ferreira e equipe. 

 

 

A Marujada de Guerra, com sua energia vibrante, evoluiu ao som da toada "Somos Marujada de Guerra", culminando em uma celebração eufórica.

 

Com um encerramento emocionante, o Boi Caprichoso celebrou junto à nação azul e branca, marcando uma noite inesquecível de celebração cultural e união das raízes amazônicas. Foi uma noite em que o passado e o presente se encontraram, celebrando a alma de um povo que triunfa através de sua cultura e história.

 

 

Fotos: Pedro Coelho, Alexandre Vieira, Michel Amazonas e Arleison Cruz