
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que as medidas cautelares contra Jair Bolsonaro (PL), como o uso de tornozeleira eletrônica, foram tomadas para evitar eventual fuga do ex-presidente do país. A Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro, nesta sexta-feira (18/7).
“A situação descrita revela necessidade urgente e indeclinável, apta para justificar a imposição de novas medidas cautelares que possam assegurar a aplicação da lei penal e evitar a fuga do réu”, assinalou o ministro do STF.
Na decisão, Moraes afirmou que as medidas cautelares contra Bolsonaro foram tomadas para evitar uma eventual fuga do ex-presidente do país. Confira as restrições impostas:
recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta e em tempo integral nos fins de semana e feriado;
monitoramento com tornozeleira eletrônica;
proibição de manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e se aproximar de embaixadas e consulados.
Operação da PF contra Bolsonaro
A PF cumpre dois mandados de busca e apreensão contra endereços ligados a Bolsonaro. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso da trama golpista no STF.
Como mostrado pelo Metrópoles, na coluna de Andreza Matais, Moraes determinou a proibição de Jair Bolsonaro se comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado licenciado – ele está nos Estados Unidos.
Agentes da Polícia Federal apreenderam US$ 14 dólares na casa do ex-presidente, no Jardim Botânico, região administrativa do Distrito Federal. A jornalistas Bolsonaro informou que outros R$ 7 mil foram retidos.
“Sempre guardei dólar em casa. Todo dólar que tenho tem o recibo do Banco do Brasil”, relatou o ex-presidente, acrescentando que vai declarar o dinheiro no Imposto de Renda (IR) do próximo ano.
“Nunca pensei em sair do Brasil”, diz Bolsonaro
Após colocar a tornozeleira eletrônica, Bolsonaro declarou que não tem a intenção de sair do país. “Nunca pensei sair do Brasil e nunca pensei em ir para embaixada”, alegou. Ele considerou a nova operação uma “suprema humilhação”.
Segundo o ex-presidente, “sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”. Ele frisou que não conversou com nenhuma autoridade para avançar com suposto plano de fuga. “Nada me coloca num plano golpista que existiu”, concluiu.
Questionado sobre as restrições determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro disse que o uso das redes sociais seria sua única defesa e, com a proibição, ele estaria sendo “sufocado”.
Para o ex-presidente, ele está sendo alvo de uma “perseguição” ao ser acusado de participar da tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro afirmou que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) “não tem nada, só suposições”.
Por Mariana Andrade/Metrópoles