Mãe Bena tem trajetória registrada em livro biográfico

Mãe Bena tem trajetória registrada em livro biográfico Foto: Divulgação Notícia do dia 22/12/2025

A história de vida e resistência de Benedita Pinto dos Santos, conhecida como Mãe Bena de Oxóssi, passa a integrar o registro escrito da cultura amazônica por meio de uma biografia assinada por seu filho, o professor e produtor cultural Franciney Silva. A obra resgata a trajetória de Mãe Bena no contexto das religiões de matriz africana, com ênfase em sua atuação na Umbanda e na luta contra o racismo religioso em Parintins.

 

Iniciada ainda jovem na religião, Mãe Bena construiu uma trajetória marcada pela resistência, pelo acolhimento comunitário e pela preservação dos saberes tradicionais. Seu reconhecimento ultrapassa o âmbito religioso, rendendo-lhe homenagens institucionais, como a outorgada pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, em 2019, e o título de Mestra da Cultura Popular, concedido em 2025, ao lado de importantes nomes da cultura amazonense, como o artista Jair Mendes.

 

Segundo o autor, a biografia extrapola a dimensão familiar e assume um caráter histórico e social. “Contar a história da minha mãe é contar a história da Umbanda como resistência em Parintins. Trata-se de uma religião que, para muitos irmãos cristãos, é vista de forma equivocada, como se fosse contrária aos seus princípios. Não é. Ser o biógrafo de Mãe Bena é enfrentar as estruturas do racismo religioso e afirmar que ela, assim como tantos outros, resistiu e existe”, afirma Franciney Silva.

 

 

O lançamento da obra, que integra um projeto cultural contemplado pelo Plano Nacional Aldir Blanc, em nível estadual, está marcado para o dia 3 de janeiro de 2026, na Casa da Cultura a partir das 19h. O evento contará com recursos de acessibilidade, incluindo audioguias e intérpretes de Libras, garantindo o acesso a diferentes públicos.

 

De acordo com o autor, toda a tiragem do livro será destinada à doação, beneficiando escolas, universidades e instituições culturais, como forma de ampliar o alcance da obra e fortalecer o reconhecimento das religiões de matriz africana como patrimônio cultural e histórico da região.