Foto: Fábio Rodrigues - Pozzebom / Agência Brasil
Notícia do dia 26/10/2025
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira que vai defender na próxima reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, a Conitec, a ampliação do uso do remédio Emicizumabe para crianças de 0 a 6 anos com hemofilia A.
Essa condição genética afeta a coagulação do sangue que pode levar a sangramentos prolongados e requer acompanhamento médico contínuo. O custo do medicamento pode chegar 350 mil reais por ano.
Segundo o ministro, o acordo que o Ministério construiu com a indústria farmacêutica também vai permitir uma economia de recursos públicos.
“É uma droga que, se as famílias tivessem que pagar, pagariam de R$ 300 mil a R$ 350 mil reais por ano, passa a ser de 0 a 6 anos já, de forma gratuita pelo SUS. Essa é a posição que o Ministério vai apresentar na reunião, que vai acontecer entre 12 e 3 de novembro. E vamos levar os argumentos técnicos, vamos levar também os argumentos da negociação que foi feita com o produtor. Nós estamos conseguindo uma redução do preço. “
O Emicizumabe já é disponibilizado pelo SUS para outras faixas etárias. De acordo com o Ministério da Saúde, a medicação pode reduzir em mais de 90% os episódios de sangramento, além de diminuir as hospitalizações e garantir mais qualidade de vida a quem convive com a doença.
Alexandre Padilha ainda acrescentou que o remédio é mais fácil de ser aplicado:
“Ele é de uso subcutâneo, às vezes uma vez por semana, às vezes tem criança que precisa só três vezes por semana. Qual que é a grande diferença para essas crianças de 0 a 6 anos? Por serem menores, são crianças que sofrem mais com a necessidade de fazer a medicação endovenosa. Muitas vezes tem que aplicar até três vezes por semana, dificuldade para pegar a veia nessa criança. O sofrimento da família.”
A mobilização nacional do Ministério da Saúde pela incorporação do novo medicamento para crianças com hemofilia no SUS contou com a participação de hemocentros, associações de pacientes e profissionais de saúde nos estados, Pernambuco, Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Pará, Bahia e Distrito Federal.
Por Pedro Lacerda - Agência Brasil/Repórter da Rádio Nacional