
Parintins foi palco, no domingo (21 de setembro de 2025), de uma mobilização contra a PEC 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, e contra o projeto que concede anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro. O ato ocorreu na Praça Eduardo Ribeiro, no Centro Histórico, e reuniu professores, estudantes, sindicalistas, artistas, produtores culturais e representantes de movimentos sociais.
Um telão foi montado no coreto da praça, transmitindo ao vivo manifestações que ocorreram em outras capitais do país. Durante o protesto, foram lidos os nomes e partidos dos deputados federais do Amazonas que votaram a favor da PEC da Blindagem: Capitão Alberto Neto (PL), Silas Câmara (Republicanos), Pauderney Avelino (União Brasil) e Fausto Júnior (União Brasil).
“Temos de saber o nome dos deputados para cobrar quando eles vierem pedir votos”, afirmou a manifestante Drica Souza.
A professora Dirce Silva criticou a falta de mobilização coletiva da categoria "É necessário que todas as categorias se unam em uma única voz. Infelizmente, a nossa classe de professores ainda é muito desunida. Cadê nossa UNE, cadê nossos sindicatos? O que fizeram com essa PEC é vergonhoso.”
Durante o protesto, o professor Helder Mourão criticou a ausência de posicionamento das lideranças políticas locais. “Logo mais tem manifestação contra a PEC da anistia e a PEC da blindagem. Os 13 vereadores de Parintins, o que acham disso? Prefeito e vice-prefeita, e vocês? Ex-prefeito, aqueles e aquelas que querem ser deputados e deputadas no futuro próximo? Bora descobrir se os políticos locais querem ser blindados se forem eleitos e eleitas? Bora descobrir se querem anistiar aqueles que tentaram destruir a democracia? Marquem eles aqui, mandem pra eles, cobrem em suas redes sociais!!!”
A Associação dos Docentes da UFAM (ADUA), Seção Sindical do ANDES-SN, também marcou presença. Em nota, destacou a importância da mobilização. “Neste 21 de setembro, docentes da Ufam/ICSEZ sindicalizados(as) à ADUA participaram do ato realizado na Praça Eduardo Ribeiro, no centro da cidade. Durante a mobilização, coletaram votos para o Plebiscito Popular, alertaram sobre os perigos da Reforma Administrativa e reafirmaram: não à anistia para golpistas! A luta em Parintins somou forças às manifestações realizadas em todo o país.”
Acadêmicas da UFAM e da UEA também participaram, lendo poemas e manifestos contra a anistia e a blindagem parlamentar. A seção sindical do ANDES-SN reforçou a mobilização promovendo o Plebiscito Popular, com pautas como:
-
Contra a escala de trabalho 6x1;
-
Pela taxação dos super-ricos;
-
Pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial;
-
Pela isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil;
-
Por maior taxação para quem ganha acima de R$ 50 mil.
Protestos em todo o Brasil
O ato em Parintins fez parte de uma mobilização nacional, que levou milhares de pessoas às ruas em 33 cidades, incluindo todas as 27 capitais brasileiras, contra a PEC da Blindagem e a anistia. Em São Paulo, mais de 42 mil pessoas lotaram a Avenida Paulista; em Brasília, a manifestação tomou conta da Esplanada dos Ministérios. Mobilizações também ocorreram em capitais como Manaus, Belém, Salvador, Fortaleza, Natal e Belo Horizonte, além de atos simbólicos realizados por brasileiros no exterior, em cidades como Londres, Lisboa e Berlim.
Texto: Hudson Lima
(92) 991542015