
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", poderá escolher se vai ou não comparecer em depoimento à CPMI do INSS, onde foi convocado. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou que pretende recorrer da decisão.
Antonio Carlos Antunes é apontado como um dos principais articuladores no esquema de fraudes em descontos associativos. Ele foi preso na última sexta-feira (13) por determinação de André Mendonça. Após a prisão, a CPMI solicitou que fosse feita uma liberação na segunda-feira (15) para ele comparecer em depoimento. O ministro decidiu facultar ao investigado a participação, direito assegurado também ao suspeito Maurício Camisotti.
"Decidi, juntamente com a advocacia do Senado, impetrar um mandado de segurança pedindo a revisão da decisão do ministro. Nós entendemos que é fundamental a presença dos dois investigados porque já estavam comprometidos a comparecer e eles, diante dos parlamentares, podem inclusive nos ajudar a esclarecer com muita rapidez o que aconteceu", disse Viana.
O senador acrescentou respeitar a decisão de Mendonça, mas ainda assim a considerou "injustificável". "O trabalho da PF e do Supremo é muito diferente da CPMI. Nós fazemos uma linha investigativa junto ao serviço público e junto ao Estado para entendermos como todo esse roubo da previdência aconteceu. Eu espero que o ministro André Mendonça reveja a decisão", declarou.